O tempo
Acho que vou chegar atrasada de novo e nem sei que horas são... Ora, mas, pra quê as horas? As horas me corrompem, me consomem, me comem!
_ Eu queria viver num espaço sem tempo... Eu queria um espaço sem tempo...
Porque essas horas que me comem nunca perguntam o que eu quero. Sempre me deixam de mãos atadas. E eu, passiva, oferto meu ânus ao tempo; meus anos ao tempo... As horas, apáticas, assistem a tudo... Caladas... Suando... Suando dentro de mim...
Lívia Noronha.
Belém, 07 de maio de 2008.