SOLIDÃO INTERIOR...

É olhar- se no espelho e não

enxergar - se, pois a imagem que ele

reflete, não reflete a verdadeira,

é uma estranha, não traz sorrisos

nos lábios nem esperança nos olhos,

mais parece um zumbi que faz de

tudo para não sucumbir ao limbo

que o cerca...

A solidão infiltrou - se em seus ossos,

tomou seus nervos, intensificou - lhe as

emoções, aprofundou - as no silêncio

em que se vê enterrada, julgando que as

paredes podem ouvir seu pranto, seus

soluços e apelos por companhia, por

um abraço, por uma migalha de carinho...

A solidão triste de quem se sente como

que enterrada viva, sem um contato amigo,

uma voz carregada de ternura,

o calor de um amor que lhe serviria

de seiva para recuperar a alegria,o

desejo de viver por vontade de viver,

e não porque sabe que tem que viver a

qualquer custo...

O espelho não conheceu a mulher que

sorria com o coração e os olhos, e não

apenas com os lábios, como um rictus

apenas treinado, ensaiado, para não

decepcionar ou deixar tristes, os que

ama, que derrama suas lágrimas e

grita, entre soluços, por aquele a quem

realmente sempre amou e amará pela

vida afora, até o dia em que seus olhos

se fecharem para sempre e não ter

que olhar, mais, para a falsa imagem

refletida num espelho que não viu,

não acompanhou sua trajetória de vida,

suas alegrias, suas tristezas, suas lutas,

suas lágrimas, suas vitórias... Sua derrota

no último ato de renúncia, aquele que

a levaria a vegetar e a fingir, até o

último suspiro, que... "Tudo está bem..."...

Arianne Evans
Enviado por Arianne Evans em 10/05/2008
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