POR QUE TU NÃO TE ABALAS MAIS?
Eu também sinto vergonha
Sinto vergonha da ignorância desses homens
E suas vidas, beirando ao rio, beirando ao luto
Sempre e sempre, empurradas, tangidas-bois
Para o curral dos marginalizados.
E os urubus da desigualdade sobrevoam
À espera de nossa má sorte, morte, morte?!
Para em banquete avançarem às carcaças
Saciando a fome de seus bicos sujos
Essa fome de urubu que eles alimentam
Em sede de arrogância e de domínio
Tornamo-nos marmita de desesperança
E letargia.
Inexistindo perplexidade em cousa alguma
Melhor para os construtores das inacabadas.
Muita verba ainda não foi alheada
O molambo miserável é cor-de-burro-quando-foge
Covardia opressora do mesológico determinismo,
Que nos persistentemente torna vítimas,
Quão leviano esse jeito de insurgir
...No silêncio...
Por que tu não te abalas mais?
Os Homens subjugam-se sem receios
E os fins justificam os meios
E Maquiavel continua eterno...