POR QUE TU NÃO TE ABALAS MAIS?

Eu também sinto vergonha

Sinto vergonha da ignorância desses homens

E suas vidas, beirando ao rio, beirando ao luto

Sempre e sempre, empurradas, tangidas-bois

Para o curral dos marginalizados.

E os urubus da desigualdade sobrevoam

À espera de nossa má sorte, morte, morte?!

Para em banquete avançarem às carcaças

Saciando a fome de seus bicos sujos

Essa fome de urubu que eles alimentam

Em sede de arrogância e de domínio

Tornamo-nos marmita de desesperança

E letargia.

Inexistindo perplexidade em cousa alguma

Melhor para os construtores das inacabadas.

Muita verba ainda não foi alheada

O molambo miserável é cor-de-burro-quando-foge

Covardia opressora do mesológico determinismo,

Que nos persistentemente torna vítimas,

Quão leviano esse jeito de insurgir

...No silêncio...

Por que tu não te abalas mais?

Os Homens subjugam-se sem receios

E os fins justificam os meios

E Maquiavel continua eterno...

Kadja Ravena
Enviado por Kadja Ravena em 07/05/2008
Reeditado em 21/01/2009
Código do texto: T979831
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