Romantismo numa hora dessas?

Estou no meu carro e piso fundo. Fugindo não sei de quê. Olho para frente, a estrada vazia. Deve ser a sensação de liberdade. Mas, sinto que não é bem isso. É uma fuga sim. Escapando do destino, do presente, da angústia.

Falta amor. Essa é a busca incessante do ser humano. Dos filhos, dos pais, dos amigos e da sua companhia. A necessidade essencial de qualquer um.

Buscamos-nos no trabalho. No futebol. Nos bares, nos teatros, nas ruas. Mas, só isso nos completa verdadeiramente. Do quê adianta aquela promoção, o dinheiro a mais, o novo carro, a vitória do seu time se você não tem com quem compartilhar?

O afago, os carinhos dados e recebidos são o que há de mais precioso e que realmente nos tocam. O que mais nos faz sentir uma alegria indecifrável dentro do coração? Perceber o mundo melhor? Em alguns casos nos dar tremedeiras, suores estranhos, palpitações. O que mais?

Sentimentos escassos, fugidios, raros e que nunca nos habituamos por serem assim... tão incomuns. São incontroláveis e impulsivos. Querer bem. Que ação é essa?

Qual o verbo que mais perseguimos com o pé no acelerador, seja você um grande empresário ou um catador de lixo? O amar não faz distinção. Cada um a sua maneira. Modos diferentes, mas não seriam as sensações iguais?

Paremos – nesse mundo conturbado – pra pensar. O que mais faz sentido? Afinal vivemos para quê? Qual o objetivo final de cada um?

Amar e ser amado.