Desejo Indigesto

Hoje eu descobri o quanto eu te quero.

Daí de onde está.

Todinha pra ti mesmo.

Com a sua vida

Com as tuas coisas.

Com as tuas maneiras de Ser.

Do lado certo que é teu.

Do seu jeito,

De um mundo seu.

Mas, logo eu...

Pérfido amante,

Desenfreado e incorrigível.

Tolo sonhador.

Que não se custou,

Nem custo pensa.

Nem com o que não é teu se ao menos fosse...

Dum lado tão seu,

Que o ego pra mim...

Se desfez.

Remota de presença,

De verdade,

Lá daquele lado daí.

Onde a tapeação colhe amizades premiadas,

E o apego vem como prêmio do desengano.

De ninguém...

Só ninguém é mais rápido que eu.

Desse jeito quase que consigo adequar o querer...

Mas ele, imaginário, persiste.

Nem dobra sentimento,

Nem resistência infringe.

Já era certo assim ser...

O tempo foi moeda de troca pra experiência de estar,

Descobrir o desejo sem tê-lo pra contar.

De um caminho meu,

Na base de saber ao certo.

Disso eu sempre soube...

Degustar o indigesto.