[O Fogo Morto das Lembranças]

Num fim de noite,

um risco de lua minguante,

um céu já denunciando a manhã,

uma estrela pequenina,

dois copos vazios,

mãos desistidas, caídas...

Um nó na garganta,

a palavra cortada,

os rostos já de pedra,

a secura do sal de lágrimas vertidas

ainda no começo desta noite,

e por fim, a caminhada solitária,

mas em sentidos opostos.

Agora, só o fogo morto da paixão,

e a cama feita de cinzas frias, frias...

[Penas do Desterro, 05 de maio de 2008]