REFLEXÕES... sobre o DIA DAS MÃES.

Meu Deus, Sábio e Onipotente: Tu criaste

Tudo aos pares... é, parece ser...

A natureza completa-se em seus pares

E tudo se repete em nós, podemos ver:

Somos parte deste mundo, um dia, “azul...”

As estrelas, no céu, são aos milhares,

Enfeitam firmamento que é de Deus!

O arco-íris, tantas vezes vislumbrado,

Relembra a Aliança aos filhos Seus,

De um Deus de Amor que perdoa o pecado

E ama sempre o perene pecador...

Senhor!

Nossos irmãos, irmãs, afetos puros,

Desta vida nunca andam sós...

Árvores dão-nos frutos seus, maduros,

Em profusão, mas nunca dão um só.

O mundo é feito de “seres dois em um”

Mas Deus nos deu algo incomum:

Por certo, criou algo tão perfeito,

Que não tem par, nem a nada se compara

Em sua beleza, amor, bondade rara:

É nossa Mãe, pois “uma só” nos presenteou!...

Mãe, eternamente singular!...

Mãe, a expressão pura de amar

Que a outro ser igual jamais se comparou!

Felizes aqueles que neste dia podem

Descansar sob seus olhos vigilantes,

Cheios de amor... e ternuras tão constantes...

Felizes os que seguem seus conselhos

Pois foram constituídos com sua dor

No recôndito de um corpo maternal...

Onde mulher-frágil, faz-se forte,

E enfrenta, até mesmo a morte,

E seu exemplo fala mais que mil palavras...

E sua voz... é acalanto angelical...

Felizes aqueles que são livres dos perigos

Pela prece silenciosa de sua mãe...

Felizes os que levam Deus consigo

Porque aprenderam a amá-Lo ‘com' sua mãe...

Felizes os que hoje as abraçam...

E felizes os que vão depositar

Em seu túmulo, um punhado de suas preces...

E, talvez junto, belas flores lhe ofertar...

Quem, mesmo por um breve tempo,

Teve a ventura de viver com sua mãe,

Sorver o afeto puro, seu desvelo,

Poder pronunciar o nome: “Mãe!...”

Foi um ser venturoso e foi feliz!...

Viver na orfandade é triste horror!

Da sua infância... talvez guardar rancor...

Não ter ao menos a doçura da saudade...

É como ver a feia a concha luzidia

E não perceber ali a pérola escondida,

Pois a Mãe é a concha do Amor!

Somos a pérola que adoece e mata a ostra

E somos gerados pelo seu fervor:

Sentindo dores, envolve ela o grão de areia,

E em pérola transforma, enternecida,

Aquele que, sem perceber, a dor causou...

Mãe:

Quando em teu colo afagares teu filhinho,

E lhe deres seio quente a adormecer,

Alimentando-o de tua própria substância,

Lembra-te de que nele deves inscrever

O amor a Deus, pela tua vigilância...

– É o teu exemplo que ficará para... “depois...”

Tudo é frágil “e fenece como a flor...”

Que fique a ternura desta dor

Abençoada pelo seu imenso amor!...

Filhos:

A mãe é a doçura,

É sempre a mão amada que segura,

É o teu porto de retorno! (E tu nem vês...)

Mesmo quando... longe, está perto!

Mesmo quando morta... está presente,

É o Livro do Amor... (E que não lês!...)

Fui filha, hoje sou mãe: sim, eu compreendo,

Aquelas “doidas” preocupações,

Quando eu pensava o ‘mundo conhecer’

E a sinceridade ‘nos outros perceber’.

Eu era jovem: 'EU' tinha o poder!...

Ledo engano: hoje “sei que nada sei!...”

Quanta falta me faz o seu afago...

(– Meu olhar não seria, assim tão vago...)

Embora eu saiba a quem recorrer:

Busco o “seu Deus”, pois me ensinou a crer!

(- Herança minha, riqueza sem tamanho,

Que levarei comigo sempre, até morrer!...)

Mas... Sinto sua falta... dias de antanho

Em que seu beijo era todo o meu querer!

(– Hoje, beijos eu queria oferecer...)

A saudade me invade... não a vejo

E não posso sequer dar-lhe meu beijo,

Mas sei que sempre comigo ela está!

– Mãe! Sigo tuas pisadas por querer

Que meus filhos sintam, quando 'eu' morrer,

O orgulho e a gratidão que a ti devoto!

E que eles saibam, neste mundo ignoto,

Se um dia errei, esta lágrima a escorrer,

É meu pedido de perdão: foi sem saber!

Foi tentando acertar, sem perceber!

– Nunca, jamais, foi por querer!...

....................................................

(Minha "filha do coração", Débora Campos Ribeiro, citou-me um dia destes, uma frase de um autor que ela não lembrava na hora:"...foi assim, de uma forma errada, que eu amei a minha filha: como a ostra ama a pérola..." Esta metáfora inspirou-me a escrever parte deste texto...)

Pelotas, 29 de abril de 2008

ESPERANÇA
Enviado por ESPERANÇA em 29/04/2008
Código do texto: T967819
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