Um vulto que passou...

Izaura N. Soares

 

Por entre a porta aberta...

Seu vulto passou rapidamente.

Meus olhos fixaram no vão daquela porta,

Esperando sua entrada lentamente.

Empolguei-me: era apenas uma visão torta,

Era um sonho contido numa mente aberta

Que dizia:

Continuarei te amando livremente.

Mas, o que fazer quando algo foge das suas mãos?

O que fazer quando seu jeito resolve invadir

Os pensamentos de outrem deixando transparecer

Seu modo de ser, um modo que condiz com sua

Maneira de agir perturbando assim os corações alheios?

Como mudar atitudes que vem de suas raízes, de suas

Entranhas cujo nome é o amor?

Às vezes há necessidade de dizer para o mundo o que

Sentimos é uma maneira de aprendermos a nos comunicar,

Renovando o sentimento, afastando de vez o sentimento

Mesquinho de renúncia.

É triste o sentir e calar-se.

O que fazer se no meu íntimo minha alma desejosa é

Responsável por tantas mudanças?

Alegra-me saber que estou viva e que o grande amor

Que sinto dentro do peito é capaz de ajudar, de analisar,

Observar e nunca julgar.

Mesmo porque, para julgar é preciso ter o verdadeiro

Conhecimento de causa.

Sendo assim, é preferível sempre o amor, a julgar

O amor sem sentido.