ORAÇÃO PROSAICA

ORAÇÃO PROSAICA

Deus do céu, perdoa-me!

se meus versos não fazem agradar.

Maria, Virgem Santíssima,

se o vosso santo terço, nenhum sei rezar.

Desculpai ,oh Marx! Confúcio! Siddartha!

se a vós não digeri.

Aliás, se há múltiplos teoremas,

por que não posso divergir?

Louros à sapiência Helênica,

civilização alguma vo-la sucedeu;

e que, por séculos da “etérea” se se debateu,

mas não sabiam que o “arqué” era DEUS.

Acredito em quase nada de tudo que é religião,

contudo, não há ceticismo, o prosador não é ateu.

E, se tu como Pitágoras, és Orfeu; vamos conviver em paz,

pois você é você; eu sou eu.

Louvado o livre arbítrio: o direito de pensar, escolher.

Alguém se maravilhar do Paulo Coelho – eu não.

Se Freüd, Kafka foram gênio ou não.

Admirar Sócrates, Aristóteles e descartar Platão.

Perdoais esse devoto, vós críticos do saber.

Oh, licenças poéticas, venhas me socorrer!

Vossas bênçãos, leitores, rogo,

nessa sincera confissão