UMA FORÇA DA MENTE INEQUÍVOCA
Remanescentes evidências do inevitável porvir.
Existimos para quê existamos, não vedemos os anonimatos:
Nascemos, reproduzimo-nos e morreremos
Mas por enquanto estamos aqui tentando
Estamos sendo
Comendo, bebendo, amando, existindo.
Praticando os verbos com sentimento
Vomitando os pensamentos, que é pra desintoxicar o organismo
Estamos tentando, levando, empurrando, respingando
Escrevendo
Estamos definitivamente querendo
E querer é hodiernamente poder!
Ah! a força da mente, isso é a gente
Como em um vale e navegante litisconsórcio obrigatório.
É lei! No cerne.
Perdendo carne e desvestindo a carcaça
Transgredindo e regredindo o símbolo-mor de nossa época
O que nos faz feliz e o que nos permite ser.
É isto, tudo aquilo apreendido sobre estética e etimologia.
E eu sigo correndo meus olhos por esse fantástico mundo
Onde tudo perderá a graça do impossível
Mas surgirão outras graças, planto este pé de certeza,
Florescido, que o lembrar de nós é conseqüência de um anterior esquecer-se de nós
E a minha mente, inequívoca mente
Detém a força do processo criativo!
Portanto, façamos o necessário para que não nos lembremos.
Já que, do contrário, teríamos nos esquecido.
E ponto final.