Era Muito Cedo Mesmo
Gostaria muito de não precisar utilizar o recurso da escrita pra que a minha mensagem pudesse chegar até você. É uma forma muito fria de expressão. A palavra, o olhar, tem a capacidade de traduzir fielmente a emoção do momento. Por isso mesmo você sempre foge. Você tem medo de se trair, deixando que a tua emoção se misture a minha emoção e nossos atos não respondam mais a razão. Doce ilusão daqueles que tem o peito ardendo de tanta sensibilidade como você.
Como já lhe escrevi anteriormente, é muito cedo pra dizer que " Te Amo "; que " Sinto sua falta "; que " Te conheço ". Assim como também era muito cedo pra " Gostar de você e ser adolescente de novo "; " Te procurar com frequência, muito antes de sentir saudade "; muito cedo pra " Permitir que a emoção dissesse tudo por mim e me tornasse tão transparente "; cedo pra " Demostrar o quanto me fez feliz com tua presença e o quanto estava se tornando importante pra mim ".
Como fui idiota e passional pra não perceber que você ainda não estava preparada para sentir " A força de uma paixão ". Essa coisa quente que nos tira a razão, que nos tira os pés do chão e nos permiti tudo. Até mesmo contrariar ou repensar nossos valores.
A princesa, doce criança que me cativou, principalmente pela inocência e simplicidade, morreu de medo de explodir o peito de tanta emoção e se fragilizar com isso.
Ah linda menina, desculpe-me se te assustei e você achou que um dia eu lhe cobraria alguma coisa.
Desculpe-me se eu me mostrei tão cedo e você se perdeu no tempo, como se o tempo pudesse determinar sentimentos, emoções e paixões.
Gostei muito de ter lhe conhecido. De ter marcado, de alguma forma, minha presença em sua vida.
Se eu tivesse o dom de modificar a vida, apenas retiraria do seu peito o medo que agora te domina e te faz correr de mim como louca. Só que você ainda não percebeu que , na verdade, está correndo de você mesma.
Desejo que encontre alguém que te faça feliz. Que te faça subir pelas paredes, não somente na hora da cama. E viver as emoções sem medo de se dar, sem medo de ser feliz.
Rio, 09/12/1992