IMPRECISÕES
Estava eu há pouco, lendo o poeta português
Fernando Pessoa e seus famosos versos
"Navegar é preciso, viver não é preciso"
E refletia na ambigüidade e na sabedoria
Do bardo luso, que influenciou todas as gerações futuras.
Da perfeita conclusão de que o ato, de que toda e qualquer
Navegação, exige a experiência e a precisão de muitos
Instrumentos para se chegar a qualquer porto, aeroporto
Ou até mesmo à lua, quando não a Internet.
Ou se conhece o caminho ou não se chega a lugar nenhum.
Quanto a vida, amigo, essa é de uma imprecisão tamanha
Que nenhuma ciência, filosofia ou religião consegue
Jogar um tapete vermelho e abrir sem risco, sequer uma trilha.´
È quase sempre um ato de sofrimento, de busca, de lágrimas,
De uma vastidão imensa de sentimentos, que se deve alicerçar
Para uma caminhada às vezes de poucos metros.
Dizia outro poeta, Vinicius, quando escreveu:
"A vida é a arte do encontro,
Embora haja tantos desencontros pela vida"
Bendito "poetinha" nosso que conseguiu resumir
A incerteza e a imprecisão, que o outro, d'além mar registrou.
A vida, com todos os seus artifícios nos dá ou nos nega,
Uma materialização de desejos prazerosos, ou a
Transcendente sacralização espiritual que se almeje.
Tudo livremente arbitrada por nós mesmos.
Deus, que a tudo no universo rege,
Nos permite essa escolha.
Não adianta os indutores da fé nos mostrarem falsos caminhos.
Somente o nosso coração e nossa intuição será o instrumento.
Somente a imprecisão da vida é que nos faz continuar vivendo.
L U C I A N O
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