AI DE MIM!
AI DE MIM! José Geraldo Martinez/ Maria Thereza Neves
AI DE MIM!
José Geraldo Martinez
Ai de mim com tantos ais,
vivendo assim temporais...
Que eu não mude tão rapidamente,
como a tarde no poente!
Terei longa noite à frente...
Lembranças que se levantarão dormentes,
Carrascos das minhas horas.
Ai de mim, se não mudar agora...
Antes do entardecer!
Irei chorar a dor de nada ter.
O coração vazio!
Senão estes ais...
Ai de mim com tanto frio...
Ai de mim tão aflito,
que não solta nenhum grito de socorro
e escuta ao menos um eco no silêncio!
Ai de mim, se não levar o vento
aos ouvidos da minha amada...
Terei longa noite pela frente.
Alma rasgada,
o pranto dos perdidos.
Ai de mim, com tantos ais!
Um sequer vencido.
Que não me mude tão rapidamente...
Limpando de vez a mente,
antes da tarde finda!
Morrerei de só...
Com meus ais, ainda!
&
AI DE MIM!
Maria Thereza Neves
Neste eterno mergulho
a procura das minhas raízes
a percorrer meus porões
tentando escadas ao céu
nem estrelas mais encontro.
Preciso parar o relógio do tempo
preciso respirar, desafogar
destravar coisas do âmago
acordar sonhos soando doces melodias!
Ai de mim,que eu consiga
voltar ao meu centro
equilibrar meu eixo
fazer pausas entre arco-íris
antes do fim da linha
antes que acabe esta poesia.
14/04/08