Nossos Quintais de Cerejeiras
José Ribeiro Zito/Maria Thereza Neves
Se recebeste com os olhos o meu recado
E o leste com a alma desprendida,
Ficaste então a saber que a cerejeira
Que cresceu livre no meu quintal
Acordou ontem deslumbrada de brancura,
Agarrada aos pássaros dos sonhos macios
Que durante a noite puseram carícias
Nas folhas adormecidas de ternura.
É por isso que eu gosto tanto das cerejeiras
Porque estremecem de brancura a inocência
Quando se enlaçam generosas em mistura de cor.
Se recebeste no coração o meu recado
E o sentiste com as mãos abertas de compreensão,
Ficaste a saber que as flores da minha cerejeira,
Depois de tanto se entregar em amor ao sol,
Mesmo na cara do vento que os incendiava,
Sem qualquer vergonha de corar de paixão,
Amadureceram na ternura das carícias do calor.
É por isso que eu gosto tanto das cerejas
Que se pintam de propósito inocentes de vermelho
Para que assim, coradas de excitação, se veja
Como é bendito o fruto do ventre do seu amor.
Portugal--08/04/08
José Ribeiro Zito
&
Recebi teu recado com os olhos da alma
Mergulhei na imagem como fosse
Eu a própria branca flor da ternura
Embalada, embalando sinfonias e carícias
Voando nas asas dos pássaros unindo espaços
Pousando entre cerejeiras ,nossos quintais.
Há uma dança perfeita de cores
Lembranças vivas jamais esquecidas
No mais profundo azul , o vermelho amor!
Sim, volto a afirmar, o recado chegou pulsando nas veias
Com a suavidade da poesia de mãos macias
E passos juntando passos do coração
Acendendo ardências, paixões junto
As nossas eternas cerejeiras sem mais fronteiras.
Agora, receba o meu recado, resposta
Elas nada pintam, elas desenham sonhos sonhados
Reais de nossas vidas, sem esconder a brancura
A doçura, o rubro calor dos sentimentos
Elos lacrados no sempre entres flores
Com vontade de querer mais e mais perto
Não tão longe , tão distante os nossos quintais.
Brasil-08/04/08
Maria Thereza Neves
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