[Vida, oh Vida!]

[Aos ávidos pensares de Tera Sá]

Vida, oh, vida — eu olho nos meus olhos e digo: não, eu não aprendi a viver com os tapas na cara que levei na vida!

Do que vivi, umas passagens resultaram da guiagem arrogante dos meus próprios passos, e com estas eu me arreglo como mal posso...

Outras, como acontece com todos os humanos, foram trancos, solavancos, encontrões do Acaso...

Outras ainda, mais duras, implacáveis da minha inocência, vieram de uma região escura, lugar onde os meus olhos nunca antes haviam pousado, e, portanto, jamais ali eu lançara, ao talante dos meus descuidos, os laços da sorte.

Não importa: por umas ou por outras, diante dos meus olhos, eu não me perdoo por existir... Por que eu em vez de, mais fortuitamente, outro?!

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[Penas do Desterro, 07 de abril de 2008]