À PROCURA DE MIM

Pela rua deserta, nesta noite fria

caminho triste, avaliando meus fracassos

meus tormentos, meus cansaços...

à procura não sei de que, talvez de mim.

Carrego no peito uma dor tão sofrida

feita de vindas e idas,

num turbilhão de sentimentos, enfim...

Nas ruas, luzes de todas as côres,

motéis, onde se curtem amôres,

bordéis, onde o amor é comprado...

triste amor comercializado!

Carrego uma lembrança triste

de um amor que não mais existe,

que um dia para mim tudo representou...

mas não pude e nem quiz pagar o preço,

e ela de mim, sorrindo, se afastou!

Mas sei que ingratidão não mereço...

e vou pela rua deserta, andando

a procura de mim.

Preciso me achar , entretanto,

pois não posso mais vivar assim!