A Vontade
Querer é poder, já dizia um grande pensador.
A vontade, bem conduzida, é, sem dúvida, o propulsor de todas as conquistas. É o combustível do progresso. A chave da evolução.
No entanto, esta vontade precisa ser bem compreendida, para que possa gerar bons resultados.
Toda pessoa espiritualizada sabe que somos um centro de força e poder com inteligência, o espírito. E esta partícula emanada do absoluto já contém em si todas as qualidades que podemos fazer desabrochar através da vontade.
Mas somos regidos pela lei da ação e reação e por isto temos que ter muito cuidado com o que pedimos. E ter mais cuidado ainda ao escolhermos o método com o qual conseguiremos realizar nossos desejos. Temos que analisar não somente a ação, mas também a reação que a primeira desencadeará.
Temos que aliar à vontade uma filosofia de vida saudável, ou seja, uma filosofia de vida que siga a tendência natural do universo. E a lei que rege o universo, primeiramente, é a do amor.
O amor universal não é, como acreditam algumas almas pseudo-sábias, uma ilusão. Não é romantismo de escritores fanáticos. É uma necessidade à paz mundial. É o único sentimento capaz de trazer harmonia ao mundo.
As leis são necessárias, disto não temos dúvidas. Mas não são capazes, por si só, de conduzirem a sociedade ao equilíbrio, a tranqüilidade.
Mas se pergunta geralmente como amar pessoas que agem de modo estranho ao nosso. Que tem atitudes que nos traz até mesmo repulsa? Como amar até mesmo aqueles que os ofendem, que são grosseiros conosco? Os desconhecidos?
Esta questão, analisada à luz do bom senso, perde toda sua complexidade. E este bom senso diz que primeiramente precisamos diferenciar amor de paixão.
O amor é um sentimento que nivela os homens, é mais que respeito, que aceitação. Pelo amor conduzimos as coisas e a nós mesmos. Pela paixão somos conduzidos.
O amor universal se baseia no fato de sermos todos irmãos, filhos do soberano senhor do universo, de Deus, Alá, inteligência suprema, ou qualquer outro nome que queiram chamar aquele que ainda não podemos conhecer totalmente, haja vista nossa pequena evolução.
Somos, portanto, iguais na origem e no fim que nos está reservado, a perfeição. Passamos todos pelas mesmas necessidades, estamos sujeitos a cometer os mesmos erros. Suscetíveis de sermos atacados pelos mesmos desejos. E já podemos entender que a guerra no Iraque, por exemplo, produz efeitos indesejáveis na América. Se a célula está doente todo o corpo sente.
E por esta razão temos que amar ao próximo como a nós mesmos. E amar é simplesmente fazer a eles tudo aquilo que gostaríamos que nos fosse feito. No entanto, é impossível existir amor aonde existe inveja, egoísmo, ganância. Se entendermos e praticarmos o verdadeiro sentido da palavra amor mudaríamos a atmosfera do nosso planeta. Faríamos dela um mar etéreo de energias brilhantes. E aí sim a vontade teria carta branca, concedida pelos céus, para agir, porque tudo que desejaríamos seria nobre.
Mas às vezes nos é permitido caminhar pelo lado sombrio dos desejos, já que temos o livre arbítrio. Desde que isto não interfira na harmonia do universo, e não conseguiremos jamais interferir. Para que possamos aprender de uma maneira dolorosa aquilo que não soubemos aprender pelo caminho mais fácil.
E antes que esta lição seja completada nos sentimos os donos da verdade. Nos sentimos invencíveis e achamos que podemos tudo. Mas já avisou Paulo de Tarso, que se tudo nos é lícito, nem tudo nos convém.
Por isto, antes de mirar nossas flecha da vontade, é necessário conhecer bem o alvo. Quem busca precisa antes saber o que busca. Precisamos saber se estamos preparados para as conseqüências dos nossos desejos.