Afogados Sentimentos do Mar !
onde encontro o canto das sereias
a descida afoita das famintas gaivotas
perco a noção do tempo
a dor sempre me alcança a cada passo
quando o olhar roça nas estrelas fundas do mar
as mãos da alma fecham em conchas
os peixes, a vida se perde nos rumos sem cor...
ao longo da praia, esperanças vãs
escrevo memórias nos ventos de areia
esperando as flores de iemanjá
oferendas de louvor ,de fé
sujeiras da cidade, dos homens a desfilar
lixos dos barcos a boiar
cada frase do poema ,uma lágrima
no sorriso largo, descrente da maresia
uma branca espuma, uma revolta ,uma mágoa
cada linha um salto ,um abismo ,uma onda sem futuro
sempre a pensar, meditar, procurar
o lugar para sede do amar-sonhar aplacar
cristalinas, calmas águas para aninhar,acordar
sem fúrias, avalanches
o mundo destroçar...
30/03/08