OS QUE CHEGAM EM SILÊNCIO


     Primeiro posam nas árvores ao redor....vão se juntando em silêncio, sem nenhum ruído...Vêm aos poucos. São mais de quarenta...não dá bem para contar...mesmo sem barulho, voam de galho em galho e só pode-se fazer uma estimativa.
     Deixo ficar assim por um tempo. Quando em vez, dou uma espiada e sempre estão aumentando. Já há diversas espécies...espécies que não lutam entre si   
     Alguns  sumiram. Brigavam, não sabiam dividir  os espaços. Ficaram os que não se importam com os outros.
     Alguns não ligam para minha presença. Outros são arredios. Evito sair, brinco de cinema com eles. Gosto de ver as árvores enfeitadas com tantos deles, já que ainda não estão com flores. Na época  florida , será uma tormenta, pois têm aqueles que gostam de seivar as flores e esses...não se dão de forma alguma. Vai vencer a maioria, como sempre acontece na vida de todos.
    De repente começa o barulho, assemelha-se a folhas de árvores sacudindo-se juntas, desesperadas em grande ventania...como se estivessem a brigar por um lugar melhor  em seus galhos.
  São acasalamentos, são disputa pela melhor vasilha, a mais cheia e ficam assim por algum tempo...uns cinco a dez minuts, pois rapidamente tudo se acaba e só voltam à tardinha, quando recomeça todo o festival...
    É uma cena bela para o amanhecer. E quando vão embora, parece que com eles levam a beleza da vida, da natureza.  Saio de meu momento alheio a tudo a meu redor,  e volto para a minha realidade. Mas sei....logo mais tudo se repetirá, e amanhã também, e esse  não é  acontecimento que canse; é relaxante, é agradável, é necessário, e lindo!
naja
Enviado por naja em 30/03/2008
Código do texto: T923209