Morro de saudade
Morro de saudade do tempo em que fugia de ti sem vontade alguma de o fazer. Morro de saudade, só de lembrar a luta interior que travava para te resistir: o teu corpo, ao meu, assobiava trinados libidinosos disfarçados de inocentes acasos e quando me puxavas, retirava as minhas mãos das tuas; batalhava contigo, apesar da vontade indescritível de flectir os braços, para, contra ti, ser projectada.
Morro de saudade do que poderia ter acontecido contigo e a vida não quis. Outros braços me puxam agora sem forçar e a eles obedeço, quantas vezes pensando em ti.
Beijo essa saudade, limpando instintivamente o húmido da boca que me belisca a consciência.
Morro de saudade do tempo em que fugia de ti sem vontade alguma de o fazer. Morro de saudade, só de lembrar a luta interior que travava para te resistir: o teu corpo, ao meu, assobiava trinados libidinosos disfarçados de inocentes acasos e quando me puxavas, retirava as minhas mãos das tuas; batalhava contigo, apesar da vontade indescritível de flectir os braços, para, contra ti, ser projectada.
Morro de saudade do que poderia ter acontecido contigo e a vida não quis. Outros braços me puxam agora sem forçar e a eles obedeço, quantas vezes pensando em ti.
Beijo essa saudade, limpando instintivamente o húmido da boca que me belisca a consciência.