Acima de todas as coisas
Acima de todas as coisas
Falta-nos coragem para completar o que as reticências sugerem de forma ambígua e interpretativa.
É cômodo parar as frases no meio e delegar seu sentido pleno ao bel prazer de quem as lê ou ouve.
Esse é o outro lado da liberdade, que tanto pode ser uma experiência enriquecedora ,prazeirosa e inédita quanto uma omissão ou uma negativa de assumir claramente posições que venham a ser antagônicas ou conflitantes, mesmo que sejam certas ou necessárias.
Tudo, absolutamente tudo, tem dois lados opostos com fronteiras oscilantes e mutáveis, certo e errado alternam-se como dia e noite e ambos possuem valor e adeptos.
O sim e o não não se resolvem no talvez, este é apenas um ponto de pausa, uma fronteira neutra de descanso, um ponto de reflexão.
Lutamos dia-a-dia com sentimentos opostos na incerteza de resguardarmos nossas posições ou abrirmos as portas de nosso fortes funcionais para a conquista de novos horizontes.
O muro que protege é o mesmo que limita e a segurança pode ser castradora.
A dualidade é presença certa a cada instante e é sábio interagir com ela numa maleabilidade construtiva.
O amor e o ódio alternam posições como as marés, sempre sujeitos ao refluxo, aos humores da lua e a destruir os quiméricos castelos de areia.
Nada é fixo ou perene, mesmo que assim pareça, mesmo que suas mudanças sejam tão sutis que se tornem praticamente imperceptíveis, só o meu amor por ti mé exceção nesta regra inflexível.
Te amo mesmo quando não amo amar-te e quando odeio, o faço por não amar-te tanto quanto devia, podia ou o amor merecia numa certeza de que a expensão deste sentimento vence quaisquer barreiras ou leis da física quântica ou não.
Meus dois lados opostos, antagônicos ou duais, possuem uma intersecção bem definida, meu amor por ti, acima de qualquer suspeita, convenções, definições ou razões, além, muito além das regras e convenções mundanas, existente e resistente em regras próprias e inconfessáveis, absolutamente acima de todas as coisas.
Leonardo Andrade