Aqui Morre a Poesia.
Mãos frias ,sem alma
sem a mínima sensibilidade
precisas, com afiados bisturis
verdadeiras navalhas na carne
erram, não costuram a aorta já quase morta
nada importando com cicatrizes, feridas
dores, sofrimentos profundos
num breve estalo, louca, descabida alucinação
dessecam o gélido corpo quase sem respiração
rasgam, rompem, sangram veias do coração
destroçam, picam o diário da memória como fosse lixo
deixando cacos , restos a escorrer pelos porões, esgoto
só restando um risco, um borrão
e uma cruz bem ficada,
cravada no peito do meu chão !
Juiz de Fora/MG-26/03/08