Quando a noite chega mansamente,
Trazendo a lua de prata em seu seio,
Adornada por estrelas cintilantes,
Expulsa o dia, no percurso rotineiro.

Sombras se formam onde a luz havia,
Testemunha muda...
Serena e compassiva,
Vela o sono do Anjo que transmuda
Deixando a Terra, para a vida verdadeira.

Além... espia o velho abandonado,
Febril, completamente só, angustiado,
Tem a fome como companheira,
Ele, que trabalhou a vida inteira!

A mãe, com ternura embala seu menino. 
Agradece a Deus, Senhor da Vida,
Por ter-lhe dado o filho almejado,
Acalmando aquela alma tão sofrida.
 
A noite visita, o pobre encarcerado.
Que por seus erros paga prisioneiro.
Plantou seus sofrimentos,
O tempo inteiro.
A dor moral é tanta!.
Que é dos filhos?
Da mulher amada?
O grito insano finda na garganta.

Vai noite, agora a largos passos,
Siga seu destino, para trás dos montes,
Dê lugar ao dia que chega deslumbrante.
Pra começar de novo, a rotina edificante.