Vazio

Não tenho hora para dormir

Nem tão pouco para acordar

A minha vida acabou

Estou aqui no passeio

Somente a observar

Só tenho hora para rir

Um sorriso social

Por que a vida malvada

Levou-me o companheiro

Foi me roubando os filhos

E agora que estou só

Não tenho hora para nada

Às vezes ate ainda sonho

Mas sempre descubro a tempo

Que eu sonhei acordada

E que este sonho tão belo

Se tornara somente

No imenso vazio de minha vida

Que não tem hora...

Para nada

Silvia Fedorowicz

Rio de janeiro, 20 de março de 2008