"TRANSE"
A tristeza bateu forte em meu peito, quão desprevenido estava agora, o meu coração que chora, me dilacera...me apavora! Ah! Como estava sozinho...peguei meu barquinho, a fugir mar a fora...é só angústia, é céu é mar! Oh! Mas o que me acalma, é essa brisa suave, é o barulho das águas...é o zumbido do vento...eu melancólico, envolto em meus pensamentos! Quando as gaivotas voam sobre mim, com seus cantos e seus encantos...parecem rírem de mim.
Ah! Mas este sol que brilha, que clarea minha trilha, que traz calor ao meu redor; Que queima minha testa, molhada de suor...mas ai eu canto, e desce do meu rosto o pranto! Oh! Mas esses bailados dos peixes...pulando em minha volta, e que me confundem os pensamentos...e que me traz de volta.
Mas eu não sei onde estou, prá onde vou? Eu vou voltar prá casa, rever tudo aquilo que deixei, devo voltar...não devo voltar? Não sei.
Estou confuso outra vez, tomando iniciativa, eu solto a direção e deixo o barco a deriva.
E a noite vem, e é só calmaria; E eu deito e durmo, e amanhece o dia...e o sol se vem, e eu não estou mais só...estou comigo! Me encontrei! E volto prá casa tranquilo.
Me esqueci tudo aquilo...e viva a vida! A vida é bela! E eu vou viver.