Diário de clausura
5:30 horas - acordar
6:30 horas - Café da manha
Pizza de calabreza!
Licita mas não conveniente, é ciência.
7:00 horas – primeiro turno!
Exaustivo, parado, sem nem o vento por companhia
Com toda turba de fantasmas que se viram expulsos mas rodeiam o fosso do castelo a cada hora, se esgueirando, esperando o que abrira as portas para que entrem.
Não podem me abalar, o foco esta à frente, unicamente nele!
12:10 horas – preparar o almoço, filé com fritas!
Lavo pratos ouvindo a 9ª de Beethoven;
O silêncio não incomoda, mas sim o que ele prenuncia!
Velho companheiro.
Ele já foi um ótimo mestre, orador e amigo!
14:00 horas – segundo turno!
Ainda cansado, sem animo, sem luz!
Tenho um novo parceiro, o ceticismo!
Quem o trouxe minha amiga e conselheira a realidade!
Ainda não o aceito mas já o tenho em conta respeitosa.
15:00 horas – parada obrigatória, dormência nas pernas!
Mudança de posição! E ainda sem a luz de outrora...
Juventude ainda sinto seu cheiro,
mas parece que foi tragada de uma única vez!
O foco! Não posso perdê-lo!
Não agora!
18:00 horas – encontro!
Em vão ainda espero na imaginação de ser!
Devo disseminá-lo, dividi-lo, compartilhá-lo...
Que aquele coração aceite, mesmo que não entenda!
20:00 horas – Fim do encontro!
Cansaço? Talvez, mas ainda não posso parar!
20:30 horas – terceiro turno!
Arrasta-se como a própria hora da morte!
Visualizo...
Olho, vejo, sinto!
Prossigo...
23:50 horas - Ele vence! Por hora!
Sob ordens do cansaço recolho-me a clausura!
Já cumpridos 10 anos!
Ainda não me deram conta de minha pena!
Quantos mais?
DEUS??? Quantos?
Sono.
Paz...