Diga que me aceitas
Nesse momento que execro a distância
não de ausência, mas de imensa saudade
lanço um quase lamento com insistência
vivendo um amor que dança virtualidade
Somente não torna-se maior martírio
pois contemplo teu mistério na imagem
abranda mirar esta beleza como de lírio
ou de rosa carmim numa bela mestiçagem
Na têmpora o coração comunica a sublime
correspondência desenhada em sinais vários
e as aspirações através dela assim exprime
potências que vibram sob os comentários
E nestes signos transpassa percepções
vê-se, agora, muito mais inflamadas
procurando mesmo as inéditas traduções
das propostas quase sub-entendidas
Quase impaciente, a alma atreve-se dizer
com sentimento e instinto confluindo
manifesta que na fonte própria quer beber
e crê numa oferta do universo existindo
Nesta viagem caminhando pelas linhas
pede que enxuguemos todas as lágrimas
assim como eu as tuas, tu as minhas
unindo completamente nossas estimas
E como num tempo que me parece eterno
essas propostas que aqui foram feitas
aguardam ansiosas com um beijo terno
finalmente que diga que me aceitas.
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(Copyright © 2005 A.José C.Coelho. Todos os direitos reservados.)