PERTINÁCIA À LA HIPOTENUSA DO ESQUECIMENTO

Eu bem sei que a questão de fundo é assim:

Perdemos horas, dias a mais.

Ganhamos a necessidade de consumir Colorhair*, Calcium* e Aspirina*:

Dias amenos...

E então a vastidão do deslumbramento carpediano

Completa todo o vácuo ímãnador de sentimento

E ao encher até à borda, o desespero futurista, companheiro-mor

Irado nos interpela o porquê de nossa a-traição

E faz-nos ajoelhar perante àquelas horas d´O Início

Dos dias a mais em que pensamos: "chegarão a vir?"

Infeliz ou felizmente não é que eles vêm?

E a vontade que se segue disso tudo nadificantemente

Dilacera-se lá onde se sentem as pancadas

(tum-tum, tum-tum)

Em uma estranha querela entre o (arre)pendimento

E a fissura...

Daí prego a mim mesma, messianicamente,

em todos os tempos possíveis

Um meu outro escrito que concebido não me perguntem como

Vem sempre bem a calhar, pelo menos aliviando,

quando dessa ansiedade sem jeito:

-Adiante! Pra viver o que seria

Pois já que não o foi, adianta ser mais?

Quem sabe um dia...

Kadja Ravena
Enviado por Kadja Ravena em 08/03/2008
Reeditado em 04/12/2008
Código do texto: T892564
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