ZZNGA
Não sei bem o que foi.
Mas foi uma alguma tolice tão grande, como grande era o amor que sentiamos um pelo outro.
Falei o que não devia, e escutei o que não estavas querendo dizer.
Mas em todo decorrer daquele tão longo dia, pus-ma a olhar-te de relance, e ás escondidas sacudir o beijo que estava ansiosa para te dar. Surpreendia sempre o teu olhar a buscar furtivamente o meu, e muito embora a pressa com que o desviavas deixavas transparecer o desejo de fixarem-me o meu rosto e dar-me o beijo que também estavas a ansiar.
E assim decorreram todas as horas daquele atormentado dia.
E não obstante o azul tão intenso do céu, e o ouro tão luminoso do sol, só sombras nos circundavam.
Chegou a noite, e nossas sombras mais densas se fizeram ao misturarem-se as sombras daquela tão sombria noite.Dormimos mal. Todavia cuidadosos que o outro disso não se apercebesse , fingiamos que o sono fechara pesadamente os nossos olhos. Mas noite a dentro, ficamos a pensar, sem suspeitar que idênticos pensamentos aninhavam-se em nossos cérebros, a indagar e a indagar; O que foi mesmo que aconteceu? O que motivou? Nada. Nada? E porque não pomos fim ao que não deveria ter começado, e que ao fim já deveria ter chegado?
Finalmente o sol despontou, anunciando um dia muito azul e cheio de claridade. Contudo nossos semblantes permaneciam sombrios. E não obstante a louca ansiedade que ia em nós, mantinham-nos afastados, os braços cruzados , na precaução de impedir-lhe o impulso de nos jogarmos nos braços um do outro, porque estávamos de máu.
Porque não sabiamos mais. Sentamos para a refeição matinal. Sob o meu prato havia um pequeno papel dobrado. Tomei-o pressurosa, o coração a bater qual louco passarinho. Era um bilhetinho teu, onde li essas palavras,
"Afinal de contas o que foi mesmo que aconteceu? Estou inocente de toda culpa. Sou teu".
Olhei-te, e tuas mão apressadas já desdobravam um bilhetinho que sob o teu prato eu também colocara com essas palavras.
inalmente, o que houve? Nada fiz, a não ser te amar. Sou tua".
Nossos olhos encontraram-se e um incontido riso espocando da nossa boca, resoou porta a fora , indo perder-se na rua iluminada pelo sol daquele tão radiosso dia.
E nossos braços lançando-se nos braços um do outro, e nossos lábios se unindo confirmaram sem mais palavras,
que eu era Tua,
e que Tu,
eras Meu...
Maria Amélia