Aos Demais Loucos

Aos meus gentis e fiéis companheiros

Mostro agora meu parecer

Sobre o quanto é vasto meu lisonjeio

Do desfrute incomensurável e indizível

De nossa etérea e infindável amizade.

Dos indivisíveis pedaços do meu coração

A quem toda dor tornam suportável,

Quem sem receio, no seio são fincados:

Aqueles que nem o tempo ou intempéries,

Que nem os pesos ou outros pesares,

Que nem a morte ou suas moléstias

São capazes de arrancar, ou mesmo,

Que sejam capazes de desiludir ou influir

Em nossos laços firmes e inafrouxáveis.

Que esses laços sejam incógnitos e ignotos

Afim de que ninguém se disponha a desfazê-los

E que nosso carinho e afeto permaneçam

Insolúveis na mágoa e na distância,

Irrelevantes àqueles que nos perseguem,

Irradiantes a todos que nos cercam.

Meu pensar prega sobre a precariedade

Da pobreza dos ricos e/ou da humanidade,

Daqueles que enchem o ego de luxo

E deixando submergir a alma no nada.

Mas em mim essa regra renega-se

Seu julgo faz de outros poucos, também alheios.

Como chaves, cadeados e chaveiros:

Revelando e protegendo a amizade, sempre unidos!

Se todos acham que é loucura amar,

Que sejam sãos, cansados, céticos e profanos!

Seremos loucos, altivos e bem-dispostos.

E longe ou perto, jamais seremos desertores...

Seremos unidos, coesos num só propósito:

Provar ao mundo que amar não é loucura!

Ou morreremos loucos por não consegui-lo...

Eduardo Amorim
Enviado por Eduardo Amorim em 03/03/2008
Código do texto: T885392
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