Aos Demais Loucos
Aos meus gentis e fiéis companheiros
Mostro agora meu parecer
Sobre o quanto é vasto meu lisonjeio
Do desfrute incomensurável e indizível
De nossa etérea e infindável amizade.
Dos indivisíveis pedaços do meu coração
A quem toda dor tornam suportável,
Quem sem receio, no seio são fincados:
Aqueles que nem o tempo ou intempéries,
Que nem os pesos ou outros pesares,
Que nem a morte ou suas moléstias
São capazes de arrancar, ou mesmo,
Que sejam capazes de desiludir ou influir
Em nossos laços firmes e inafrouxáveis.
Que esses laços sejam incógnitos e ignotos
Afim de que ninguém se disponha a desfazê-los
E que nosso carinho e afeto permaneçam
Insolúveis na mágoa e na distância,
Irrelevantes àqueles que nos perseguem,
Irradiantes a todos que nos cercam.
Meu pensar prega sobre a precariedade
Da pobreza dos ricos e/ou da humanidade,
Daqueles que enchem o ego de luxo
E deixando submergir a alma no nada.
Mas em mim essa regra renega-se
Seu julgo faz de outros poucos, também alheios.
Como chaves, cadeados e chaveiros:
Revelando e protegendo a amizade, sempre unidos!
Se todos acham que é loucura amar,
Que sejam sãos, cansados, céticos e profanos!
Seremos loucos, altivos e bem-dispostos.
E longe ou perto, jamais seremos desertores...
Seremos unidos, coesos num só propósito:
Provar ao mundo que amar não é loucura!
Ou morreremos loucos por não consegui-lo...