[Preâmbulo para Qualquer Poema]
Um nunca sabe por que escreve, por que narra certas coisas... apenas para confirmar que a regressão é sempre errada, errosa? É, mas também não é... não há resposta cabal!
Há uma violência no ato de escrever, um atrevimento, uma loucura, uma besteira... ninguém me pediu que escrevesse, ninguém me paga para que eu escreva - meus escritos têm a mesma fenomenologia da baba do boi carreiro que, finda a dura jornada, apenas aguarda a descanga: surge na lenta mascação e escorre, cai na poeira do curral, sem compromisso com nada, sem dever nada a ninguém... mero testemunho de um certo modo de caminhar!
Eu sou aquele que faz perguntas e dá as costas para qualquer possibilidade de resposta - não estou interessado em respostas...
_____________
[Penas do Desterro, 24 de fevereiro de 2008]