MEUS VELHOS ÓCULOS
Meus óculos,
ah, meus dourados óculos!
Será que irão comigo na viagem ao derredor de ti?
Ou nesse teu navio de mim
ficarão sobre uma esteira de piscina entupida de cloro
bronzeando-se sobre meus turísticos óculos de sol?
Será que sem meus óculos,
meus dourados óculos de sábio,
saberei ainda inverter, saberei, esta epístrofe?
Ainda poderei conhecer-me,
olhar pelo lado convexo a vida,
subirei os degraus que levam aos aléns da claridade?
Vaso meus olhos perguntando por meus óculos;
míopes, não respondem!
E fecham-se meus olhos sobre meus óculos dourados!