Chuva das Estações
O rosto quente contrasta com as gotas frias
escorrendo dos cabelos aos ombros nus
O calor ofegante dos olhos penetra
nas figuras que rápido nascem
ao redor,diluindo em vermelho vivo.
Entardece chovendo.
Na esquina,entre lábios que sorriem,
a água desce em fios de lembranças
e os olhos brilhantes se satisfazem
com a solidão imensa da rua.
Árvores,muros,mais outra rua,flores alegres;
gotejar calmo no peito molhado de suor e chuva.
Talvez a noite,talvez a saudade,
chega sem querer,
e reparo que os pingos do céu
não são os únicos que sorrindo
acolho.
E ouço que minha voz esteve só
quando chamei,pedi por alguém.
Não mais importa sentir o sol, a chuva,a noite?