"No teu áspero silêncio ..."

No teu áspero silêncio de quem não está, minha voz de desfaz num

insuportável pranto de saudade que abre os vidros da memória e a

espalha pela sala onde você não está.

Uma alma vazia, olhos de areia, cinzas do tempo, sonhos de amor,

aliança da esperança, liberdade com gosto de consciência,

é tudo que morre mil vezes no meu peito, e renasce com gosto de viver ...

A delicadeza noturna da Lua repousa no céu iluminando a minha coragem

e minha erma ternura que te descreve em inúmeras passagens e lembranças.

Minha esperança grita o teu nome pelos jardins de estrelas que formam

o brilhantismo dos teus carnavais, e meu último passo será abrir

os olhos para o destino e sobre ele derramar uma enxurrada de flores

para calçar o nosso caminho com cheiro de primavera.

Sua presença se ergue sobre os calcanhares da força nos meus sonhos

em forma de verso, onde todos os infinitos caminhos da minha singela

existência me levam ao doce do seu para sempre ...

Onde meus sonhos chovem pelo chão teus pés flutuam e onde meus

braços se abrem o teu corpo se ajusta.

Niterói, 18 de Janeiro de 2008