A ALEGRIA E A MELANCOLIA
-------------------------------------------------------------------
“Há uma perpétua distância entre mim e minha alegria e quanto mais procuro vivê-la mais me parece que ela se afasta de mim: como se os esforços que faço para conquistar a luz só servissem para tornar mais espessa e impenetrável à cortina que me separa dela.” (Jacques Lavigne)
Eu pensei que não ia mais acontecer comigo,
Que era coisa do passado,
Mas hoje, surpreso,
Vi-me num canto do quarto,
Jogado,
Calado,
Perdido.
É como se eu tivesse sido transportado adormecido para uma ilha deserta e assustadora e despertasse sem saber onde estava e sem meios para, da ilha, sair.
Eu queria
Sempre alegre estar;
Mas, a invejosa Melancolia,
Da alegria,
Quer me privar.
Estar sempre feliz é um desejo natural em qualquer ser humano, mas entre a felicidade por mim desejada e a conseguida, há sempre uma fenda chamada melancolia. É impossível preenchê-la com alegria. Porque quando ela se instala, se acomoda, perco a capacidade de usufruir o pouco de felicidade que consigo.
Devo eu, então, anular meu desejo de felicidade para ser feliz?
Mas, mesmo que isso fosse possível, seria justo e oportuno?
Mas olhe, com melancolia ou sem melancolia, nossa existência nunca estará à altura de nossos sonhos.
É assim minha vida...
Vou por ela a fora,
Como o caminhante que depois de apanhar uma chuva,
Abandona-se, tranqüilamente,
A todas as raivas do mau tempo. ®Sérgio.
____________________
Agradeço a leitura e, antecipadamente, qualquer comentário.
Se você encontrar omissões e/ou erros (inclusive de português), relate-me.