A ALEGRIA E A MELANCOLIA
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“Há uma perpétua distância entre mim e minha alegria e quanto mais procuro vivê-la mais me parece que ela se afasta de mim: como se os esforços que faço para conquistar a luz só servissem para tornar mais espessa e impenetrável à cortina que me separa dela.” (Jacques Lavigne)

 

Eu pensei que não ia mais acontecer comigo,

Que era coisa do passado,

Mas hoje, surpreso,

Vi-me num canto do quarto,

Jogado,

Calado,

Perdido.

É como se eu tivesse sido transportado adormecido para uma ilha deserta e assustadora e despertasse sem saber onde estava e sem meios para, da ilha, sair.

Eu queria

Sempre alegre estar;

Mas, a invejosa Melancolia,

Da alegria,

Quer me privar.

Estar sempre feliz é um desejo natural em qualquer ser humano, mas entre a felicidade por mim desejada e a conseguida, há sempre uma fenda chamada melancolia. É impossível preenchê-la com alegria. Porque quando ela se instala, se acomoda, perco a capacidade de usufruir o pouco de felicidade que consigo.

Devo eu, então, anular meu desejo de felicidade para ser feliz?

Mas, mesmo que isso fosse possível, seria justo e oportuno?

Mas olhe, com melancolia ou sem melancolia, nossa existência nunca estará à altura de nossos sonhos.

É assim minha vida...

Vou por ela a fora,

Como o caminhante que depois de apanhar uma chuva,

Abandona-se, tranqüilamente,

A todas as raivas do mau tempo. ®Sérgio.

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Agradeço a leitura e, antecipadamente, qualquer comentário.

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