OLHOS VERDES: Uma aurora na minha vida.

 

 

 

I-                   Sinto-me só como a lua em seu eclipse violetado, e assim, lembro-me de uma noite profunda no Bonja, toda cheia de astros, árvores, caminhos, ventos e beijos.

II-                E agora nesta solidão teimosa, eu encontro momentos para deleitar-me com a tua lembrança e a frágil delicadeza do teu lindo olhar verde.

III-              Desta forma, eu vivo uma aproximação quase idílica, hipnotizado pela lembrança do teu suave olhar e do som sensual, cristalino e líquido da tua voz.

IV-            Nesses momentos eu te pressinto, existe uma suave presença mística nessa aproximação, mesmo assim eu te pressinto, apesar da distância e das montanhas que se estabeleceram entre nós.

V-               Arremesso ao alto intangível as minhas preces e os meus desejos ensimesmados, tomara eles encontrem ressonância no Cosmo, para que Ele possa te devolver em dobro as graças, conspirando sempre divinamente a teu favor.

VI-            Ouve mulher, ouve, jamais fiz preces, pois nunca orei com esse objetivo. O porquê de não juntares também as tuas preces às minhas?

VII-          Se não me iludo o meu pressentimento é algo pronto a germinar, eu estou envolvido por ti assim como está uma semente em sua cova pela terra, a espera da ressurreição da vida e do amor.

VIII-       E assim, por inteiro eu te navego, pensamento por pensamento, saudades por saudades, sonho por sonho, fúria por fúria como um vulcão esparramando o seu rubro magma de desejos.

 

 

 

Eráclito Alírio da silveira
Enviado por Eráclito Alírio da silveira em 07/02/2008
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