OS TRÊS
Eles conviviam, dois se tinham
o terceiro não, mas queria,
na verdade ela também
mas, não podia, ou achava que não devia,
mas sonhava, fantasiava e transparecia.
Não havia jogo, havia verdade,
a verdade da vontade, do desejo,
e o desejo ardia.
Ardia no meio das pernas de cada um deles,
e dois queimavam mais que O um.
Se continham, e ela pensou:
- Prá que?
Por respeito?
E o respeito por meu desejo?
E assim, ela se fez presente, colorida, desejada, pulsante,
ela estava embriagada pelo tesão, pelo pecado.
Pecado?
Qual? Não desejar a mulher do próximo?
Ah..mas ele era homem... se fez de desentendida
E atrevida olhou, sorriu, seduziu...
Ofereceu suas coxas, seu suor e seu sorriso,
Se perderam..
traíram...
E quanto mais culpados se sentiam,
mais ainda se queriam!!
Ali não havia lirismo,
só os desejos da carne,
e se sentiam puros...
a cada pulsar,
a cada gozar,
e também, quiseram o outro...
inocente,
ausente,
mas querido...
os três dançaram, juntos
se amaram,
se deliciaram
se quiseram,
se tiveram,
tornaram-se um,
e vários,
se permitiram e
se confessaram,
entre eles
e não para o mundo...
Enfim, estavam livres...