Amadeu - Parte I

Aqui começo a história

De um rapaz

Que amou por dor

Sem temor

A mulher condenada

Amada e sonhada

Mesmo sendo infeliz

Vivia bem Amadeu

Casinha com poucas coisas

Mas tudo ali era seu

Sendo modesto em tudo

Viveu sem emoção

Até aquela moça bonita

Capturar seu coração

Estudava o possível

Afinal, sozinho era

Ninguém o sustentava

Trabalhava com bicos

Com o que ganhava

Mal sobrevivia

Mesmo assim sorria

Não importa qual fosse o dia

Andava pela cidade

Sem destino algum

Somente observando

O cenário urbano

Tentando descobrir

Formas novas

Para suas pinturas

Amadeu, pintor era

Não profissional

Apenas como escape

E talvez por prazer

Bonitas, não tão eram as pinturas

Porém, não reparava nisso

Somente pintava e desenhava

Novas formas aprendidas

Em suas andanças

Os pais de Amadeu

Cedo morreram

Contraíram doença desconhecida

Pelos médicos interioranos

Mandados para cidade foram

Mas no caminho do hospital

Mortos chegaram

E Amadeu sozinho ficou

Neste mundo banal

Sem ter parente

Sozinho ficou

O estudo largou

Aquele garoto franzino e sorridente

Por um golpe destino

Agora, solitário caminho

Felicidade nunca mais

Que seus pais, descansem em paz

Sem querer ser melancólico

Chorava só Amadeu

Não só pela morte de seus pais

Mas pela vida que levava

Ele não entendia

O porquê de tudo aquilo

Afinal, nada fizera de mal

Bondoso era

A ponto de ser duvidoso

A chuva o acalmava

Talvez por sua beleza

Límpida e transparente

O deixava contente

E aquela tristeza

Que há pouco o consumia

Agora sumia

Com o fenômenos da natureza.