Canto Final

Meus cantos a ti agora são proclamados

Quem em putrefação obrigou a permanecer

O músculo que acorrenta-me neste mundo

O qual parece-me o mitológico Tártaro

Com enormes labaredas incandescentes

Tento obter sobre teu pensar compreensão

Vejo tua face sempre revolta e enigmática

Por denso véu reprimido, espremido

Que por mil vezes me acolhe e rejeita

Tal qual a pálida negritude da madrugada

Que recobre e cega seus filhos

Permaneço frustrado com o que sinto

Perplexo com a força do rebento de Vênus

Que fez minha alma passionalmente estagnada

E a razão companheira obsoleta, inútil

Fito Hélio, que surge no horizonte

E assim como o herói após intensa batalha:

Enfermo e carente de sua amada

Afim da morte e da solidão eterna

Se rende sem oposição a um afago

E não mais respira, apenas descansa para sempre.

Eduardo Amorim
Enviado por Eduardo Amorim em 05/02/2008
Código do texto: T846387
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