Canto Final
Meus cantos a ti agora são proclamados
Quem em putrefação obrigou a permanecer
O músculo que acorrenta-me neste mundo
O qual parece-me o mitológico Tártaro
Com enormes labaredas incandescentes
Tento obter sobre teu pensar compreensão
Vejo tua face sempre revolta e enigmática
Por denso véu reprimido, espremido
Que por mil vezes me acolhe e rejeita
Tal qual a pálida negritude da madrugada
Que recobre e cega seus filhos
Permaneço frustrado com o que sinto
Perplexo com a força do rebento de Vênus
Que fez minha alma passionalmente estagnada
E a razão companheira obsoleta, inútil
Fito Hélio, que surge no horizonte
E assim como o herói após intensa batalha:
Enfermo e carente de sua amada
Afim da morte e da solidão eterna
Se rende sem oposição a um afago
E não mais respira, apenas descansa para sempre.