DIÁLOGO DE ADEUS
-Anjo meu, a água de teus lábios é doce como o mel ingênua da abelha. Quando você me beijava eu mergulhava nas profundezas infinitas das loucuras.
-Não fale assim não, querida rosa eu não mereço tão lindas palavras!
-Não é verdade Anjo, lembre-se que você coloriu minha vida com a essência de tua afeição. Agora posso dizer que meu mundo é tão mais belo e cheio de história! Minha garganta desfez o nó que prendia meu ar, e já posso ouvir a melodia dos pássaros, dos quais meus ouvidos se recusavam a ouvir.
-Por favor, querida, eu não mereço nem a mais crua das palavras, eu não mereço!
-Eu sei Anjo, infelizmente eu sei. Mesmo assim você já plantou uma semente chamada “amor” dentro do meu íntimo. E as lágrimas que derramei suplicando a tua volta, regaram essa semente que se transformou em uma linda planta. E essa planta é a mandinga que contém o mais puro sentimento que brotou viçoso na minha alma.
-Não chores mais querida Rosa, não chores... Você sabe que nunca terás a felicidade que busca em mim, eu que sou apenas um Anjo mau...
-Sinto muito Anjo... Hoje meu coração chora descontrolado com sua ausência futura. Meu corpo é camada de ozônio indestrutível que jamais será aquecido.
-Oh Rosa, tu és tão bela! Sinto muito por ser um Anjo de utopia... Teu sorriso é o único que fez meus olhos faiscarem, minha vida chega ao final nesse verso, antes que a eutanásia seja realizada. Quando sentires saudades de mim, lembre-se que teu beijo afagou as minhas tristezas... Não esqueça que tuas pétalas formosas aqueceram meu corpo nesse inverno. Amo-te mesmo partindo para outro mundo!
-Anjo... Se ainda podes me ouvir, lembre-se que meu amor é incondicional e que viverei na eternidade vagando a procura de teus lábios enamorados. E mesmo sem querer você fez uma rosa murchar com tua partida.