Um Dedinho de Prosa.
Estou com depressão,depressinha
e com o resto da família.
A noite durmo com a solidão.
Durante o dia a deixo dormir,
e parto para a traição.
Tomo cápsulas de abandono
e outras tantas de ilusão.
De manhã saio com várias lembranças.
À tarde levo a tristeza para passear,
e me embreago com a decepção.
"E acabo discutindo futebol.
Aí pergunto a Deus,escute amigo,
se foi para desfazer por que é que fez?
Mas não tem nada não,tenho meu violão".
Agora faço safadezas com o silêncio.
Escrevo coisinhas e me recolho
à minha própria insignificância.
As ruas dormem,estou na Bálsamo,2641.
Nenhum latido,nenhuma palavra,
nenhum gesto,nenhum ruído.
Apenas a solidão me abraça
e me mastiga no colchão.
Estico-me na pele das palavras,
e a poesia fica me jantando.
Sei que a morte nos espreita,
chega a nos lamber com a mão.
Oh! Menina ciumenta!