Alusão à consoante
Sempre soube que um dia haveria de impedir minha compaixão pela racionalidade, a meu próprio favor. Adiei o quanto pôde felicidade subalterna. Mas, agora que chegou a chefe, passo a flanela em sua cadeira: sente-se, oh mestre e mande.
Deixo-me às displicências em prazer do amor frívolo (hoje), torrente com um ano ao fim da minha vida.
Tá apostado.
Use muito bem essa arma, conduza com inteligência as possibilidades dessa aposta. Introduza-se em minha zona íntima, balbucie tua libido protuberante em termos prudentes aqui ao pé dos meus olhos. Olho no olho. Estupidamente.
Não perca. Não perca.
Olhe, tenho umas marcas (Dispositivos com pólvora associados à água, camuflados por uma rainha poderosa.) Não teime. Te juro que fere, destrói, mata. Não meche.
Consoante, cubra a mancha, o vício, a im-per-fei-ção como quem cobre seu rosto de uma moléstia de insetos à mata, como quem foge das formigas, da morte. E se renda. Jogue estas armas: competição, paixão, mentiras, torturas, defeitos ao chão do alçapão da nossa casa. Jogue lá. E me pegue cá, tô bem aqui, do seu lado. Nos reconstrua naquele tubo de ensaio quando tudo isso acontecer. Quando tudo isso puder acontecer.
Eu sei, que pareço aquele manequim sem vida. Que olha, calado e quieto para o nada apesar de muito bem vestido. Mas, é você quem não o importuna. Somente. Transtorne-o. Incomodar sua mudez não faz os sete pecados.
A caixa-preta é minha, não faz terrorismo contra ela, tudo bem? Ela é minha, e eu não dou e nem vendo. Se um dia se tornar um homicida por ela, fez bom negócio: há serpentinas, de várias. Luxo. Me morderam, mas as matei e guardei; ou roubei uma reima de veneno pra mim. Mantive todas intactas, até agora. Além das serpentinas? É caixa-preta. Secreta. Esse foi seu bônus, e seus ônus é não tentar contra ela, ok?
Inclui isso no contrato, na aposta.
Tá apostado.
A nós. o/|o*