CANTO D'ALMA

Quase que dispensei as letras!

Mas voltei correndo, porque o verso é o meu lugar.

Aqui não preciso de máscaras e nem do tempo...

posto que sou eu a música!

Nota por nota...som por som...

Troco de rima... mas jamais de sina!

Aqui sou verdadeira, pura alma a brilhar...

E a cantar...

Mas,

Só hoje percebi...

Cantei o UIRAPURU pela metade.

Cortei-lhe o canto.

Então foi isso...

Dentro daquela correnteza,

Num rio que correu tão rápido,

Havia um canto afônico,

Oculto e estrangulado...

O mesmo canto...lindo!

Dos pássaros que todos somos,

Eternamente...

Mesmo quando as águas do tempo

Nos podam as asas...

E nos emudecem a voz.