Tenho tanto medo ...
das palavras erradas, mal pensadas
criando encruzilhadas ,barricadas, porões sombrios...
tento conter as mãos, minhas loucuras,
mas elas não obedecem,correm, fogem, voam ....
Tenho medo dos versos, das rimas
que não dão polimento a poesia,
não despertam emoções
nem afagam corações.
Este medo espalha no meu olhar
sem realmente entender a intenção
dos troncos, dos ramos ,
dos olhos esculpidos na estátua fincada
no que o escultor tentava dar vida, no que sentia...
Tenho medo de pensamentos vazios,
de textos sem conteúdo profundo
por ignorar o assunto
ou quando a inspiração cala
e não dou ouvido ao vento.
E ainda não escutar
o grito da flor caída, desfolhada ,
das sementes sufocadas
sem lágrimas para erguer
a primeira folha que quer nascer.
Tenho tanto medo
de abortar hipocrisias,
despertar falsas fantasias
de pensar que fui poeta um dia.
26/01/08