Tenho tanto medo ...

das palavras erradas, mal pensadas

criando encruzilhadas ,barricadas, porões sombrios...

tento conter as mãos, minhas loucuras,

mas elas não obedecem,correm, fogem, voam ....

Tenho medo dos versos, das rimas

que não dão polimento a poesia,

não despertam emoções

nem afagam corações.

Este medo espalha no meu olhar

sem realmente entender a intenção

dos troncos, dos ramos ,

dos olhos esculpidos na estátua fincada

no que o escultor tentava dar vida, no que sentia...

Tenho medo de pensamentos vazios,

de textos sem conteúdo profundo

por ignorar o assunto

ou quando a inspiração cala

e não dou ouvido ao vento.

E ainda não escutar

o grito da flor caída, desfolhada ,

das sementes sufocadas

sem lágrimas para erguer

a primeira folha que quer nascer.

Tenho tanto medo

de abortar hipocrisias,

despertar falsas fantasias

de pensar que fui poeta um dia.

26/01/08

Maria Thereza Neves
Enviado por Maria Thereza Neves em 27/01/2008
Reeditado em 27/01/2008
Código do texto: T834551