Marraneando
Não importa o que dizem ou fazem,
Sabemos que o fazer do Marrano é um fazer diferente,
Não deixando de ser igual aos demais,
O ser Marrano, não é ser vidente.
Ser Levy ou até mesmo Cohen,
Isso, na verdade, não nos importa,
Queremos ser somente Marranos,
Sem negar a nossa memória.
O que nos importa não é saber de que tribos somos,
E sim sabermos a nossa história,
Respeitamos quem tem suas tribos,
Pois, do Eterno, sempre é a Glória.
Não negamos a nossa bandeira,
Nem forçamos a nossa verdade,
Só sabemos que somos Marranos,
E que temos nossa identidade.
Ser Marrano é saber sua história,
Sua origem e até seu passado,
Que foi escrito pelas lembranças
E por nós é até hoje lembrado.
Lembrado desde a vida dos nossos antepassados...
Eis o Ser de um Marrano,
O Ser do Marrano é ser amarrado aos fatos,
De um povo que é Um com seu D’us,
E não se envergonha de dizer o que é por ter seu próprio passado.
Ser Marrano é fazer diferente,
Vai além dos autos da história,
É ter fincado em seu coração,
Só memória, memória, memórias...
Já não temos a nossa tribo?
Tribo de um povo que muito sofreu?
Sabemos que somos Marranos,
Isso nos basta...
Sabemos que somos Judeus!
Carlos José Maciel Alves
P.S.: Esta poesia está devidamente registrada em cartório no nome do autor. Toda reprodução sem a devida autorização sofrerá as sanções penais previstas em lei.