Jardim de luas
Inspirado a partir do poema Fogo de Lua
do Poeta madrigalesco Odmar Braga.
Antes fosse a lua o ardor do sol que me aquece,
E pudesse ser tenra terra iluminada pela luz da lua.
Ardor que se me dá...
Nua à luz da lua,
Lua nua,
Nua lua.
Nua...
Nu...
Luar...
Encandear-se-á nosso jardim de luas pelo ardor do sol da lua que nos aquece,
Lua nova,
Lua cheia,
Quarto crescente...
Quarto crescente que decresce ao meridiano de nossos corpos e,
Antes de tudo, no quarto,
Se lua pelos olhos, bocas, peles,
Se lua pelos dedos,
Toques suaves...
Lua de nossa lua animalesca,
Sombras produzidas pelo fogo luante que encandeia nossos poros...
O fogo pequeno da lua que pressagia o incêndio...
Incêndio dos desejos inconfessáveis por que foram feitos para serem feitos e não falados,
Para serem feitos à luz do fogo da lua,
Foram forjados ao fogo de lua.
Fogo da lua do jardim que projeta sombras à luz de luas,
O olhar,
O toque,
Os corpos,
A silhueta,
A sombra,
A nua lua.
Silhuetas das aparentes verdades que se fundem no imaginário de quem as observa...
Sombras das projeções de corpos que se fundem amorfos.
Luar suave das mãos,
Da boca,
Do corpo,
Do membro,
Do nu à luz do luar dançante...
Valsas das nossas luas que se bailam aos ventos e se acariciam mutuamente,
Na pele...
O suor das luas...
O odor que se inala ao ritmo cadenciado do nosso luar...
Ritmo acelerado do sol do luar que nos ascende no jardim de luas...
Canteiro de obras inacabadas...
Obras nuas,
Nuas,
No jardim de luas.
P.S.: Esta poesia está devidamente registrada em cartório no nome do autor. Toda reprodução sem a devida autorização sofrerá as sansões penais previstas em lei.