PARADOXOS

Já pedi perdão por pecados não cometidos,

E não confessei pecados maiores;

Já chorei por dores imaginárias

E superei sofrimentos verdadeiros;

Já me assustei com minha sombra

E enfrentei inimigos reais;

Já fugi de medos inventados

E enfrentei dragões enfurecidos;

Já temi perigos pequenos

E lutei contra grandes ameaças;

Já sorri com o coração cheio de lágrimas

E chorei com o rosto iluminado pelo sorriso;

Já plantei uma árvore

E uso papel não reciclável;

Já perdoei mágoas insuportáveis

E me fechei contra pequenas agressões;

Já me perdi em caminhos quase retos

E me encontrei em labirintos escuros;

Já escalei montanhas íngremes

E me cansei nas planícies;

Já li em línguas que não conheço

E não entendi quando falavam minha língua,

Já rezei quando todos praguejavam

E disse heresias quando deveria agradecer,

Já fui humilde, quando esperavam autoridade,

E autoritária, quando precisava ,apenas, ser compreensiva;

Já errei tentando acertar

E acertei quando tudo parecia perdido;

Já me desfiz pensando estar nascendo

E renasci quando pensei estar morrendo;

Já disse nunca mais

Para logo em seguida voltar atrás;

Já jurei nunca mais amar

E encontrei você que me fez mudar;

Já fiz tantas coisas

E deixei de fazer tantas outras,

Mas amar você foi, com certeza,

A mais humana de todas elas;

Pois tudo que passei ou que fiz

Só faz sentido quando estou com você.

Ângela M Rodrigues O P Gurgel
Enviado por Ângela M Rodrigues O P Gurgel em 26/01/2008
Reeditado em 26/01/2008
Código do texto: T833531
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