"Meu descontrole"

Desfaleci em meio canto, como a quem nega o pranto ali regado, negando ao fato que já passado ainda se fazia sagrado.

O meu desamparo fora consagrado no curto espaço de algumas horas, um pouco de amor e algumas juras esquecidas. Ditas no âmago da mentira que aos poucos fora esquecida.

Eu ali, naquele cantinho a te desejar baixinho, temendo meus pensamentos gritarem e clamarem teu amor. Fui controlando, e também negando teus beijos sentir. Vislumbrei seu falar, os lábios dançarem e a voz a fluir, e meus dedos sentiram a maciez da sua pele a me tocar a face.

Então, na minha mentira gostosa fugi receosa. Medo do mostrar meus desejos obscenos, no andar rasteiro e no olhar sorrateiro. Medo ainda de cair em teus braços e me deixar enganar por mais algumas horas.

Ah, como desejei ser sua por mais alguns instantes. Mas tive juízo, controlei meus impulsos, peguei minha bolsa e pela porta fugi.