Contradições

Guardo-te passagem clandestina no íntimo tremor de algumas recordações. Guardo-te entre dores, entre insônias, entre veias, entremanhãs... Guardo-te como uma sombra que denuncia minha obscuridade e desonra minhas aparentes boas intenções. Guardo-te como um espectro, como uma palavra solta, uma verdade agrilhoada... Guardo-te como uma vergonha, um pecado... Guardo-te com medo de sua realidade, pois, quando se torna presença, abandono-te.

Helena Sut
Enviado por Helena Sut em 25/01/2008
Código do texto: T832149