Com pesar, eu

Sou superficial.

Cheguei a essa constatação quando tive o pressentimento de que você seria a pessoa certa para mim à primeira vista. Não, eu não conhecia seus gostos nem seus (des)interesses, muito menos sabia como você se sentia.

Sou mesquinha.

Cheguei a essa constatação quando percebi que sua aparência correspondia à minha idealização, a tudo que sempre ambicionei, e, mesmo sem saber o mínimo sobre você, eu adoraria te possuir, te ter para mim. Mesmo sabendo que nunca teria.

Sou covarde.

Cheguei a essa constatação quando percebi que minha reviravolta mental não conseguia formular uma única frase simplória na sua presença. Pelo simples temor de não conseguir suprir suas expectativas, eu sofria.

Sou terrível.

Sou superficial.

Sou mesquinha.

Sou covarde.

Com pesar, admito, certamente sou uma pessoa horrível por pensar em ti de verdade.

Eduarda Freire
Enviado por Eduarda Freire em 29/04/2025
Reeditado em 29/04/2025
Código do texto: T8320634
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